Reflexão litúrgica: sexta-feira, 07/07/2023 – 13ª Semana do Tempo Comum

07 de Julho de 2023

"Reflexão litúrgica: sexta-feira, 07/07/2023 – 13ª Semana do Tempo Comum"

O MAL É UMA DENÚNCIA CONTRA: NÃO FOMOS TÃO BONS, SAL, LUZ E FERMENTO NO MUNDO 

Na Liturgia desta sexta-feira da XIII Semana do Tempo Comum, vemos, na 1ª Leitura(Gn 23,1-4.19;24,1-8.62-67), que Abraão compra finalmente um pedaço de terra para sepultar a esposa, cumpre-se assim a promessa de Deus que lhe prometera terra e descendência. Abraão, porém, não esperou sentado o cumprimento da palavra do Senhor. Sua fé é dinâmica, põe-se em movimento para ajudar a realização das promessas. Eis por que compra aquele pedaço de terra precioso e obriga o criado a fazer uma longa viagem a seu país de origem, a fim de trazer uma esposa para seu filho. A fé do cristão é da mesma natureza: tudo aguarda das mãos do Pai e, ao mesmo tempo, faz o bem infatigavelmente, como a apresentar a Deus o caminho concreto para realizar o divino plano de amor. 

O Evangelho(Mt 9,9-13), narra o chamado de Mateus e a refeição de Jesus com os pecadores. Vemosque Jesus tem atitudes de misericórdia com as pessoas consideradas pecadoras e rejeitadas pela sociedade. Ele as convida para fazerem parte de sua comunidade. Mateus era um cobrador de impostos para as autoridades romanas, por isso, era discriminado, um excluído da vida social e religiosa. Jesus, ao chamá-lo, mostra que sua missão é reunir e salvar aqueles que a sociedade hipócrita rejeita como maus. Jesus vê a pessoa, não as marcas colocadas sobre ela. E nós, impedimos ou facilitamos o acesso a Jesus? Como tratamos os diferentes? Nos colocamos como juízes? Temos preconceitos? Lembremo-nos que, se existe o mal, este é uma denúncia contra nós, nós não fomos tão bons, sal, luz, fermento.  

Jesus chama os pecadores e comunga com eles, não classifica quem pode ou não comungar. Com seu gesto, imprime nova atitude religiosa, está nos dizendo que as pessoas precisam de saúde, misericórdia e perdão, que Deus não é lei, mas amor; não é punição, mas perdão; não é castigo, mas remédio. Jesus aceita a pessoa não só depois que se converteu e se esforçou para ser bom, mas enquanto ainda está a caminho e é pecador. Jesus perdoa para que se converta, mas o perdoa para que, amado, possa converter-se. 

Finalizo esta reflexão com um questionamento: Nossas pastorais estão voltadas somente para o público de dentro? A quem nós chamamos? E quando chegam pessoas que estavam afastadas e são acolhidas, nós festejamos, rejeitamos, resmungamos? De quem nós, as pastorais e a igreja nos aproximamos? Alguns Grupos religiosos, no tempo de Jesus, se consideravam justos e, então, Jesus nada pode fazer por eles. Enfim, como devem ser tratados os pecadores na comunidade de Jesus? “Quero a misericórdia e não sacrifícios”. A comunidade de Jesus deve ser medicina da alma, medicina da família e medicina da sociedade: “Um por todos, todos por um, todos por todos, o tempo todo”. 


Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus. 


Pe. Leomar Antonio Montagna 

Presbítero da Arquidiocese de Maringá - PR 

Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, Sarandi - PR