Reflexão litúrgica: Memória de São Joaquim e Santa Ana, Pais de Nossa Senhora e Avós de Jesus, quarta-feira, 26/07/2023

25 de Julho de 2023

"Reflexão litúrgica: Memória de São Joaquim e Santa Ana, Pais de Nossa Senhora e Avós de Jesus, quarta-feira, 26/07/2023"

DIA DOS AVÓS: UM TESOURO PARA SER PROTEGIDO, CUIDADO E ADMIRADO 

Na Liturgia desta quarta-feira, dia de São Joaquim e Santa Ana, vemos na 1ª Leitura (Eclo 44,1.10-15), que a grande manifestação de Deus é a história, na qual ele age por meio daqueles que se comprometem com o seu projeto. O povo de Deus não precisa invejar a história dos povos estrangeiros, pois, revendo a própria, ele se encontra com aqueles que incorporaram o desejo do povo para realizar grandes transformações. 

No Evangelho (Mt 13,16-17), vemos que os mistérios do Reino só serão conhecidos por aqueles que já tiveram acolhido Jesus como Messias Salvador. Aceitar Jesus como Messias, mesmo nos seus fracassos, faz compreender as contínuas dificuldades que sofre a implantação do Reino do Céu. E isso é uma bem-aventurança. 


São Joaquim e Santa Ana, Pais de Nossa Senhora e Avós de Jesus 

São Joaquim e Santa Ana estão contados entre os justos que as Escrituras engrandecem. Santa Ana é cultuada no Oriente desde o século VI e, no Ocidente, a partir do século X. São Joaquim, por sua vez, recebe a veneração dos fiéis desde o século XIV. Os nomes dos pais de Maria são conhecidos por intermédio do apócrifo “Primeiro evangelho de Tiago”, século II (única fonte). Celebrando essa memória, valorizemos, com total atenção e cuidado, todos os avós de nossa sociedade. 

Logo a seguir coloco um texto que é um resumo de uma linda e emocionante mensagem dos Bispos de Portugal, divulgado no site Vatican News em 21/07/2020, homenageando nossos Avós. 


Bispos de Portugal antecipam mensagem ao Dia dos Avós: um tesouro para ser protegido, cuidado e admirado 

O Dia dos Avós é uma ocasião para agradecer, abraçar e celebrar a presença deles no passado e no presente, para voltar às próprias raízes e descobrir nelas a ternura e o amor de Deus. Os avós são um tesouro que cuidam de nós. No tempo em que vivemos, devemos dizê-lo claramente, porque aquele que foi cuidado será capaz de cuidar, aquele que aprendeu poderá ensinar, aquele que foi protegido será capaz de proteger, aquele que foi amado saberá amar. 

O amor incondicional dos avós 

Eles são os primeiros a chegar na maternidade e imediatamente reconhecem qualquer semelhança familiar. Eles administram com confiança a fragilidade de um recém-nascido e acalmam as birras do sono como ninguém. Caminham de mãos dadas ao longo das calçadas. Permanecem calmos junto ao mar enquanto as ondas banham os pezinhos. Compram aquele sorvete, limpam os joelhos machucados das brincadeiras de rua, dão o banho no final do dia esperando a chegada dos pais. 

São os avós que percebem que é necessário comprar um novo par de sapatos para os netos, que descobrem qual é o brinquedo dos sonhos e dizem adeus com os olhos cheios de lágrimas, em longos abraços de despedida. Escutam em silêncio as reclamações, dúvidas, medos. Eles compensam com amor as ausências, a raiva, as dificuldades dos pais ocupados, de vidas separadas. 

Eles conhecem os primeiros namorados, ajudam a pagar as despesas da escola e aquela viagem tão esperada. São os avós que se emocionam com as etapas alcançadas, com os estudos concluídos, que se preocupam com os fracassos, acendem velas no dia dos exames, rezam por seus netos. Criam laços que não conhecem limites, que não contemplam a aparência das coisas, mas que se concentram na disponibilidade total, no amor incondicional. 

Os avós são um tesouro 

Os avós sustentam a vida das famílias, não apenas porque permitem a sobrevivência ou dão um pouco de alívio, mas porque são as raízes de tantas vidas. Contam histórias do passado, e ajudam a entender a diferença entre o essencial e o supérfluo. Os idosos representam uma riqueza insubstituível porque são testemunhas concretas e reais de outros tempos, muitas vezes marcados por dificuldades, lutas, necessidades. E quando contam sobre isso, sentados à mesa para o almoço de domingo ou felizes por uma visita inesperada, transformam histórias antigas em lições de vida. Aqueles que as escutam com mais atenção são os menores, encantados pelas aventuras que viveram em terras distantes ou pela descrição meticulosa de uma casa, um passeio, um período de férias. 

Os avós são um tesouro. No tempo em que vivemos, devemos dizê-lo claramente, defendê-lo de forma peremptória. Os tesouros devem ser protegidos, tratados com cuidado e admiração. Uma sociedade que não protege, não se importa, não admira os idosos, está condenada ao fracasso porque assim como a natureza nasce e renasce, assim como a semente cresce e é jogada no chão, assim ela passa e transcorre a vida. 

Aquele que foi cuidado será capaz de cuidar, aquele que aprendeu poderá ensinar, aquele que foi protegido será capaz de proteger, aquele que foi amado saberá amar. É por isso que, às vezes, temos vontade de correr para os braços de um velho avô, de uma avó sozinha, de rezar por aqueles que já partiram, de contar a um filho, a uma neta, a história dos avós, bisavós e de todos aqueles que nos deram a vida” (disponível no site do Vatican News, em 21/07/2020). 

O Papa Francisco fez várias reflexões sobre os idosos em seu ciclo de catequese, também escreveu uma Mensagem (25/07/2021) para o 1° Dia mundial dos Avós e dos Idosos. Os textos dessas reflexões e a Mensagem aos Idosos podem ser acessadas no site do Vaticano. 


Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus. 


Pe. Leomar Antonio Montagna 

Presbítero da Arquidiocese de Maringá - PR 

Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, Sarandi - PR