Reflexão litúrgica: Quinta-feira, 20/06/2024 – XI Semana do Tempo Comum

19 de Junho de 2024

"Reflexão litúrgica: Quinta-feira, 20/06/2024 – XI Semana do Tempo Comum"

“SENHOR, ENSINA-NOS A REZAR” (Lc 11,1) 

Na Liturgia desta quinta-feira da XI Semana do Tempo Comum, vemos, na 1ª Leitura (Eclo 48,1-15), que o profeta Elias foi arrebatado num turbilhão e Eliseu ficou cheio de seu espírito. Eliseu foi para Elias como que o filho primogênito, ao qual cabem duas partes da herança. Quando do desaparecimento de Elias, recebeu larga efusão do seu espírito profético (2Rs 2,9-13). Como seu mestre, soube ele impor-se aos príncipes, porém o aspecto mais significativo de Eliseu foi ser o maior operador de milagres do Antigo Testamento. Até na sepultura operou um prodígio, ressuscitando um morto posto em contato com seus ossos (2Rs 13,21s). 

No Evangelho (Mt 6,7-15), Jesus nos ensina a rezar de forma permanente e amorosa diante da presença do Pai. Ele nos diz que a oração deve expressar nossa maneira de existir, pois o espelho de como rezamos será a forma como viveremos. Vive-se como se reza, portanto, devemos rezar bem para viver bem. A oração precisa ser de filhos, não de escravos, mas de colaboradores, de acolhida, de perdão e, acima de tudo, de amor incondicional. O Nosso louvor na oração não é somente por nossas virtudes, mas, sobretudo, pela misericórdia de Deus que derramou em nós sua graça e seu Espírito Santo. Quando rezamos, Deus nos dá o que precisamos, nem sempre de acordo com o que buscamos. Deus não nos dá necessariamente o que pedimos, mas o que precisamos. A questão é o que precisamos? Maturidade, mais compromisso de entrega pelo Reino de Deus. 

Senhor, ensina-nos a rezar. Face ao pedido que os discípulos fazem, Jesus apresenta uma oração: “Nela se mostra o que verdadeiramente vale diante de Deus e deve importar a quem se coloca à sua escuta: seu Reino inspirando os modos de agir dos seres humanos, estabelecendo a partilha e o perdão em todos os âmbitos da vida, fortalecendo a resistência ante as seduções que possam desviar desse caminho. A oração deve ser expressão das efetivas necessidades, na consciência de que o Pai as conhece e acolhe, mas principalmente de que ele oferecerá o Espírito Santo para fortalecer e guiar no caminho de seguir Jesus” (Bíblia Edição Pastoral). 

O Catecismo da Igreja Católica, a partir do parágrafo 2.558, nos apresenta as Fontes de Oração, entre elas, a Palavra de Deus, que percorre os seguintes degraus: 

1°) Leitura do texto: conhecer, respeitar, situar, será o ponto de partida. 

Questão: O que diz o texto? Explicação, exegese. 

2°) Meditação: ruminar, dialogar, atualizar (para o eu e o social). 

Questão: O que diz o texto para mim, para nós, hoje? Aplicação, hermenêutica.  

3°) Oração: súplica, louvor, aqui está a força da Palavra, é viva, mexe. 

Questão: O que o texto nos faz dizer a Deus? Nossa resposta à Palavra de Deus. 

4°) Contemplação: saborear, enxergar, agir. Ponto de chegada.

Questão:Novo olhar sobre a vida e a história, sobre os fatos. Experiência de Deus, compromisso com o Reino de Deus, para sempre. Ninguém nos tirará a alegria de ser livres. 


Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus. 


Pe. Leomar Antonio Montagna 

Presbítero da Arquidiocese de Maringá – PR 

Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, Sarandi – PR