Santa Rita de Cássia: a afirmação de que de joelhos tudo é possível

06 de Novembro de 2013

Santa Rita de Cássia: a afirmação de que de joelhos tudo é possível

imagem Santa Rita de Cássia: a afirmação de que de joelhos tudo é possível

Santa Rita é chamada, e com toda razão, de advogada das causas impossíveis, isto é, das causas desesperadas. A impossibilidade somente existe por causa da possibilidade. E, porque não dizer, que toda impossibilidade se encontra plenamente e necessariamente grávida de uma possibilidade.

Deus dos impossíveis. Não há lugar para dúvida: somos, sem exceção, seres limitados, mortais e finitos. Temos saúde mas não a plenitude da saúde; vivemos mas a eternidade não se espalha pelo nosso tempo e espaço; hoje somos jovens e amanhã envelhecemos. Todavia, nossa limitação tem a possibilidade de fazer com que olhemos para além de nós mesmos.

Aqueles que têm a percepção de sua própria limitação e vivem olhando constantemente e aprisionadamente para seus limites, tornam-se reféns de si mesmos e de uma vida que não se abre para o futuro. Não há problema em ser limitado desde que tenhamos a grata satisfação de saber que o Deus que nos acompanha é ilimitado. Nossa fraqueza repousa fundamentalmente no poder de Deus. A presença poderosa de Deus em nossas vidas nos leva para além de quaisquer limites jamais imaginado.

A vida de santa Rita é marcada por avalanches de impossibilidades. Nela não há forças para superar os obstáculos. Os tsunamis da vida sempre parecem ser superiores à maior de nossas forças. Possivelmente Rita sorria diante das impossibilidades. Para ela, nada poderia ser maior, mais alto, mais forte, mais profundo do que o amor de Deus. Em seu coração residia a certeza inabalável de que Deus não era um ser distante, inalcançável e frio. Sua experiência com Deus era marcada pela proximidade pessoal. Seu coração ardia em fogo por causa da presença de Deus.

Ajoelhada diante de Deus Rita se tornava um gigante. A beleza da imagem nos faz pensar: como poderíamos ser chamados de gigantes se estamos de joelhos? Não seria essa justamente a posição daqueles que são derrotados e humilhados?

Rita vivia de joelhos. Não existe outra posição para nós diante das situações que consideramos como desesperadoras. A força e o transtorno do desespero levam muitos a fugir da própria vida. Rita nos ensina que enfrentamos o desespero da dor e o transtorno da tragédia em atitude de oração. Santa Rita intercede pelas causas impossíveis.

É sabedora que em Deus encontramos o pleno “sim”. A impossibilidade humana, para Santa Rita, deve ser sempre e necessariamente, contraposta ao poder de Deus. Não precisamos ser fortes, precisamos sim vivermos na presença de Deus e estarmos abertos à graça que se derrama generosamente d’Ele para nós e através de nós.

Diante de Santa Rita apresentamos as nossas necessidades. Existe muito mais maturidade naquele que sabe reconhecer seus limites e deficiências para, humildemente, pedir à Santa Rita que faça algo quando todos não mais acreditavam que uma mudança poderia acontecer.

Nunca pare de pedir ajuda. Não podemos ser reféns da síndrome da autossuficiência. A síndrome da autossuficiência tem a capacidade de nos isolar e nos afastar daquela que poderia, finalmente, nos ajudar.

Luiz Alexandre Solano Rossi