Carta dos Bispos do Paraná pede para que organizadores evitem bebidas alcoólicas em festas de igreja

20 de Março de 2014

Carta dos Bispos do Paraná pede para que organizadores evitem bebidas alcoólicas em festas de igreja

imagem Carta dos Bispos do Paraná pede para que organizadores evitem bebidas alcoólicas em festas de igreja

Os arcebispos e bispos do Paraná, reunidos em assembleia de 16 a 18 de março, juntamente da Comissão Regional dos Presbíteros, assinaram, unanimemente, um documento referente ao consumo de bebidas alcoólicas em festas de igreja.

O texto, que é endereçado às dezoito dioceses, mais a Eparquia Ucraniana São João Batista, que juntas englobam 830 paróquias e mais de 9.700 comunidades católicas no Estado, pede que se “inicie uma caminhada de conscientização das comunidades, a fim de que sejam evitadas as bebidas alcoólicas nas festas abertas, almoços, jantares e em eventos promovidos pela Igreja Católica”.

“Cuidado com a embriaguez!” (Lc 21,34). Essa citação do evangelho de Lucas, na esteira do documento de Aparecida que convida a abandonar com coragem as estruturas e práticas não evangelizadoras, e ainda impulsionados pelos gestos proféticos do Papa Francisco, serviram de base para o diálogo que levou à redação do texto.

Não se trata de um decreto, nem mesmo de uma proibição, mas os arcebispos, bispos e padres fazem votos de que as festas de igreja sejam voltadas para a sadia convivência das famílias e, cada vez mais, o dízimo seja implantado e desenvolvido nas comunidades.

Leia a nota:
Conselho Episcopal Regional Sul 2 da CNBB

Considerações dos bispos do Regional Sul 2 sobre o consumo de bebidas alcoólicas em festas de Igreja

Os bispos do Paraná, reunidos em Assembleia, desejosos de uma maior fidelidade a Jesus Cristo, como propõe o Papa Francisco para toda a Igreja, depois de amplo diálogo, encaminham aos senhores um pedido: iniciar uma caminhada de conscientização de nossas comunidades, a fim de que sejam evitadas as bebidas alcoólicas nas festas abertas, almoços, jantares e em eventos promovidos pela Igreja.

O povo brasileiro é alegre e gosta de festas. As festas expressam a alegria de estar junto, a amizade e a fraternidade. Em algumas comunidades, a festa se tornou tradição, celebrada há muitos anos. As festas em honra aos padroeiros são urna riqueza imensa!

No entanto, temos visto crescer o consumo de bebidas alcoólicas em nossas festas, que assim se tornam um contra-testemunho, pois, prejudicam irmãos portadores da doença do alcoolismo, envergonham as famílias, mau exemplo para jovens e adolescentes, hoje cada vez mais cedo usuários de álcool. Estragam o ambiente da festa com palavrões, obscenidades e até violência, tanto que é preciso de polícia em muitos casos.

Há motoristas que saem da festa embriagados, pondo em risco a vida e a imagem pública da Igreja.
O álcool mata! Perguntamos: que espécie de honra prestamos a Deus, ou aos santos Padroeiros, com tais resultados? Algumas dioceses do nosso Estado já assumiram essa decisão, o que vivamente apoiamos.

A experiência das comunidades que decidiram servir bebidas alcoólicas em seus eventos comprova que as festas se tornaram mais familiares e participativas e, com o passar do tempo, inclusive, mostraram-se economicamente mais vantajosas que antes.

O Documento de Aparecida nos convida a abandonar com coragem as estruturas e práticas que não são evangelizadoras. Não é este o caso?

O Evangelho adverte: “Cuidado com a embriaguez!” (Lc 21,34). E São Paulo aos Efésios recomenda: “Não vos embriagueis!” (Ef 5,18)

Em vista disso, os bispos do Paraná, lembram que a Igreja vem incentivando a Pastoral da Sobriedade como caminho para aqueles que lutam contra o alcoolismo. Não vamos nós, nas festas, contradizer a Palavra de Deus.

Com o apoio da Comissão Regional de Presbíteros fazemos votos de que as festas sejam somente para sadia convivência das famílias e, cada vez mais, o dízimo seja implantado e desenvolvido nas comunidades.

O dízimo é um instrumento bíblico, fraterno e corresponsável, previsto para sustento da vida eclesial e expressão de maturidade da fé cristã.

Que Nossa Senhora do Rocio, Rainha e Padroeira do Paraná, nos torne corajosos para mudarmos, na Igreja, aquilo que só depende de nós.

Curitiba, 17 de março de 2014

Assinam os Bispos do Paraná e a Comissão Regional dos Presbíteros